O arquiteto Daniel Libeskind conferiu a um shopping center a aparência do parque a seu lado
Em algumas das linhas da fachada é possível reconhecer folhas e o próprio arquiteto afirmou que desejou ligar o prédio ao parque municipal e à avenida „Kö“ (Königsallee) daquele entorno. O assunto é o Kö-Bogen (arcos da avenida Königsallee) de Düsseldorf e seu arquiteto, o nova-iorquino Daniel Libeskind.
O conjunto se localiza ao final da avenida de lojas comerciais „Kö“ e substitui uma rua que cortava uma praça no local. O arquiteto foi confrontado com a tarefa de valorizar uma área anteriormente pouco atraente e aproximar visualmente os outros elementos daquele entorno.
Libeskind realizou isso tudo através de sua – costumeira – criação de fachadas incomuns. A diversidade de linhas esconde não apenas o estereótipo dos escaninhos de lojas e escritórios. Ela também cria relações reconhecíveis entre os elementos urbanísticos do local.
E não apenas folhas podem ser identificadas na fachada. As estreitas placas perpendiculares de rochas ornamentais também podem ser confundidas com caniços. E por fim os „cortes“ nas paredes da fachada poderiam lembrar as aberturas criadas pelas tesouras de jardinagem em arbustos.
A relação com o entorno também caracteriza o outro lado do prédio: ele exibe linhas de grande movimento, que se relacionam com a frente do teatro na calçada oposta.
Aqui nos interessa especialmente o uso de rochas ornamentais. A respeito disto, entrevistamos Neil Murphy do Murphy Facade Studio, que prestou consultoria ao projeto. A respeito dos desafios especiais na composição daquelas fachadas, ele afirmou: „Houve diferentes desafios, por exemplo os longos elementos em rocha, aqueles com formatos arredondados ou partes tridimensionais, onde a rocha contorna as esquinas.“
Isso sem mencionar as superfícies de vidro, algumas das quais medem 9,60 m x 2,70 m.
Vale a pena destacar uma dessas particularidades, como algumas aberturas na rocha criadas para auxiliar a ventilação. Elas foram especialmente desenvolvidas para este fim e deixam-se abrir e fechar com ajuda de um motor.
É lógico que se questione se os arranjos de Libeskind realmente levaram o verde para dentro do prédio. De fato tratou-se de um gesto cênico que o contratante permitiu a Libeskind.
Ainda assim, foram feitas no prédio algumas aberturas oblíquas, nas quais crescem pequenas árvores. As plantas só podem ser regadas através de gruas automáticas.
É no terraço que o verde foi realmente introduzido na construção.
Também a composição aberta do corredor até o pátio interno torna o prédio arejado e convidativo como um parque.
A construção obteve certificação LEED de platina e recebeu vários prêmios arquitetônicos.
A rocha em questão foi o travertino Pantheon Romano, fornecido pela empresa italiana Cimep. Os beneficiamentos em rocha foram realizados pela empresa alemã Hofmann Naturstein.
(15.12.2015)