Já são quase 20 cartas de intenção de empresas interessadas em se instalar na zona de processamento de exportações local
O Ceará (CE) avança em sua consolidação de novo centro da extração e beneficiamento de rochas naturais. A associação de rochas local, Simagran-CE, não apenas concretizou uma feira própria, chamada Fortaleza Brazil Stone Fair, que neste ano apesar da crise não decaiu. Também o governo estadual apoia claramente o setor: na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no porto de Pecém foram reservados 300 hectares para sediar empresas de rochas naturais.
Elas deverão beneficiar ali granitos, quartzitos e calcários provenientes do interior do estado e dali exportá-los, sobretudo para os Estados Unidos. Até hoje, a maior parte dos blocos brutos era beneficiada 1.800 km ao sul, no estado do Espírito Santo, que depois viajavam de volta na direção dos mercados do hemisfério norte.
Um sinal do apoio estatal ao setor foi cristalizado em um jantar que o governador do estado, Camilo Santana, por ocasião da feira (de 31 de março a 3 de junho de 2016) ofereceu na sede de goveno para empresas. O ponto alto do evento foi a decisão da gigante de rochas naturais Guidoni anunciar uma carta de intenções no sentido de se intalar na nova ZPE.
Anteriormente, outras 17 empresas já haviam assinado uma carta de intenções do gênero: 5 do próprio Ceará (Granos, Imarf, Granistone, Head e Multigran) e 12 sediadas no estado do Espírito Santo (Magban, Cajugram, Vitoria Stone, Wilcomex, Kopi, Bramagran, GSM, Brasigran, Ferraz do Brasil, Mameri, Nova Aurora e Vulcano Export).
As condições da ZPE são bastante atraentes para os empresários: entre outras, menos impostos e suas contabilidades não precisam ser declaradas em moeda doméstica. A distância máxima entre as pedreiras do interior e o local é de 170 km. O moderno porto de Pecém está ali ao lado.
Ao mesmo tempo, a produção de rochas no estado do Ceará cresce continuamente. As rochas naturais exportadas pelo Ceará alcançaram o valor de US$ 18,5 milhões em 2015. Isso representa um aumento superior a um terço em relação ao ano anterior. „A expectativa é que em 2020 as exportações de rochas ornamentais pelos portos cearenses alcancem os US$ 200 milhões anualmente“, afirma Carlos Rubens Araujo Alencar, presidente da associação de empresas Simagran-CE.
Contudo, a ainda jovem Fortaleza Brazil Stone Fair na capital do Estado do Ceará sofreu fortemente neste ano com a incerteza econômica e política. Em dezembro passado, havia confirmação de 62 expositores para a edição de 2016, mas esse número caiu rapidamente.
Ao final, a 2ª edição da feira contou com 35 expositores (em 2015 foram 31). 4500 m² foram reservados pelos expositores.
A próxima edição, de 01 a 03 de junho de 2017, será reduzida para 3 dias, dos quais o último é um sábado. Isso deve facilitar às empresas da cantonaria (marmorarias) a organização de visitas. A feira abre das 15h às 22h, tal como acontece há alguns anos na Vitória Stone Fair, mais ao sul.
Em relação a esta o setor cearense não se posiciona, ao menos em termos oficiais, como concorrente. O governador Camilo Santana sublinhou no jantar que „que a intenção não é reduzir a importância do polo graniteiro do Espírito Santo, e sim ampliar a atuação das empresas locais“, segundo informa um comunicado de imprensa.
Carlos Rubens Alencar se expressa em termos semelhantes: a feira de Fortaleza concentra-se apenas nos granitos e quarzitos do Ceará e quer fortalecer esta marca em arquitetura e design. Estas rochas são chamadas „Exóticos“ ou „Superexóticos“. Sua marca registrada são as cores fortes e estruturas que se vê apenas nos bem mais macios mármores e ônix.
Fortaleza Brazil Stone Fair, de 1 a 3 de junho de 2017
Fotos: Fortaleza Brazil Stone Fair
(19.08.2016)