(Setembro 2011) Pode-se dizer que a qualidade dos diferentes mármores do Afeganistão já foi reconhecida pelos mais significativos profissionais do ramo. „Eles são tão especiais que podem concorrer com os de Carrara“, escreveu há pouco tempo a newsletter da região italiana Apuo Versilia, à qual Carrara pertence. A ocasião para o comentário adveio do fato que máquinas italianas já beneficiam o mármore afegão em regiões onde tropas italianas ocupam esse país asiático.
Há alguns anos o Afeganistão se esforça constantemente no sentido de estabelecer uma indústria de rochas ornamentais. O país, que há algumas décadas se debate com diferentes guerras, tem uma grande e rica reserva desses minerais. „A indústria do mármore é uma importante fonte de orgulho nacional para os afegãos e oferece oportunidades para o crescimento do nível de emprego da população“, afirma um site do governo norte-americano.
A última iniciativa em favor desse desenvolvimento foi a Conferência Internacional do Mármore Afegão, cuja terceira edição aconteceu em mármore deste ano. Ela foi organizada pelo governo de Cabul com apoio da Agência Norte-Americana para Ajuda ao Desenvolvimento (USAID) e a Embaixada Italiana. 200 especialistas e compradores participaram do evento, oriundos de China, Índia, Irã, Itália, Turquia e Turcomenistão.
Dessa vez a conferência aconteceu na capital provicial Herat, onde há um ano os irmãos Nasim e Adam Doost, de nacionalidade afegã-americana, instalaram uma fábrica de mármore de seu conglomerado Equity Capital Mining. Com apoio internacional da USAID, foram investidos no local 6 milhões de dólares. Em breve os teares da empresa Gaspari Menotti deverão beneficiar no local 2 milhões de toneladas por mês para exportação. Estima-se que isso poderia gerar 140 empregos diretos e mais 500 indiretos.
A fábrica representa um salto excepcional para o setor econômico das rochas ornamentais no Afeganistão. Afinal, até agora essa atividade estava restrita à exportação de blocos brutos. Os compradores tem sido sobretudo China, Índia, Paquistão e Turcomenistão. Em vários casos, o mármore afegão beneficiado no exterior é reimportado para revestir hotéis na capital, Cabul.
Mesmo nas pedreiras a participação de empresas afegãs era até aqui muito pequena. Em razão disso, uma parte da conferência se ocupou de questão da formação de mão de obra qualificada.
O Afeganistão tem uma longa história como fornecedor de rochas. Sua pedra semipreciosa Lapislazuli foi famosa internacionalmente por vários séculos. Era extremamente cara e amplamente utilizada para representar o céu em imagens religiosas de igrejas cristãs.
O sortimento potencial de rochas do país é estimado em cerca de 100 espécies valiosas, somente no que se refere aos mármores. As variedades Chesht e Khogiani são as mais cotadas. Paul Lamoureux, um consultor da USAID, estima em uma notícia da agência Reuters que „Em dez anos essa indústria pode produzir algo como 700 milhões de dólares em exportações, o que significaria mais de 6% do PIB atual“.
Além da insegurança e da falta de mão de obra qualificada, há no país um terceiro fator complicador: a falta de uma mínima infraestrutura de transporte. Uma das esperanças para a diminuição da burocracia e da corrupção, segundo a Reuters, vem da reforma do gabinete ministerial afegão, que fez trocar o ministro dos transportes.
3. Afghanistan International Marble Conference
Equity Capital Group, Dubai